Ben Hur vibra com a boa fase

Cachoeirinha - Já é a quarta passagem de Ben Hur Pereira pelo Cruzeiro. E a identificação do treinador com o clube de Cachoeirinha já o torna um torcedor rente à linha do gramado. Aos 53 anos, o morador de Novo Hamburgo vive um de seus melhores momentos na carreira e acredita estar pronto para alçar voos maiores. Recentemente, Ben Hur teve uma conquista pessoal importante. Ao ver seus comandados baterem o time titular do Grêmio, tornou-se o primeiro técnico a vencer o Tricolor por duas oportunidades em sua Arena.

Com o remanejo de jogos em virtude do carnaval e da participação do Novo Hamburgo na Copa do Brasil - o Noia seria o próximo adversário -, o profissional ganhou tempo para trabalhar com o grupo e recuperar atletas lesionados. Agora, o foco está no duelo com o Avenida, no próximo sábado, às 17 horas, no Vieirão, em Gravataí.

Entrevista BEN HUR PEREIRA
Técnico do Cruzeiro

O que tem achado do desempenho do time no Gauchão? Está dentro da expectativa?
Pelo bom desempenho que tivemos nos jogos, poderíamos estar um pouquinho à frente. Por isso foi importante a vitória contra o Grêmio. Temos um jogo importantíssimo contra o Avenida. Se vencermos, ficaremos numa situação confortável de precisarmos de três a quatro pontos nos últimos cinco jogos para atingir a classificação.

Esse tempo sem jogos é bom para o treinador ou prejudica pela falta de ritmo de jogo? 
No momento foi bom dar uma parada. Tivemos alguns problemas após o jogo com o Grêmio. Três atletas tiveram contraturas, fadigas musculares. Estamos trabalhando forte. Fizemos um amistoso mesclando o grupo e faremos outro jogo-treino.

As alterações de datas fizeram com que o time tenha, em breve, três jogos seguidos fora de casa. Como vocês estão encarando isso? 

A gente encara o jogo com o Avenida como uma decisão. Mas, se olhares nosso retrospecto fora de casa, somos o melhor visitante junto com o Caxias, com seis pontos em nova possíveis. Foco no jogo de sábado.

Foste o único técnico a vencer o Grêmio na Arena duas vezes. A preparação para um jogo deste tamanho é especial?
É um jogo muito importante, o sonho de todo jogador e comissão técnica é enfrentar grandes equipes em um palco como a Arena. É o sonho de um dia trabalhar em um grande clube. A preparação é especial, pois é um jogo de peso diferente em relação aos outros. Vencer, então, nos deixa ainda mais felizes.

O Cruzeiro pode ir mais longe que no ano passado? 
Pelas atuações, acreditamos que faremos uma grande campanha, novamente. Temos grandes condições de classificarmos. Primeiro, o foco é a classificação. Depois, veremos quem poderemos pegar. Claro que contra a dupla Gre-Nal fica mais difícil. Mas, contra os outros times do interior, podemos encarar de igual para igual e, quem sabe, chegarmos a uma semifinal.

Já é a tua quarta passagem pelo Cruzeiro. Já te consideras um cruzeirista?  
Com certeza. Pelo trabalho que viemos fazendo no clube, me considero um torcedor do Cruzeiro também. Sou morador de Novo Hamburgo, sempre tive uma identificação grande com o Noia. Mas, sou profissional. O Estrelado me deu a oportunidade de vencer a Série A2 em 2010 após 32 anos do clube na segunda divisão. Todas as vezes que sou chamado consigo fazer um grande desempenho e isso me deixa feliz.

Teus trabalhos, especialmente os mais recentes, têm alcançado grandes resultados. Acredita que está na hora de dar um salto na carreira? Falta ainda uma grande oportunidade para mostrar teu trabalho em um clube de maior expressão?
Não tenha dúvida. A gente que trabalha no futebol cria objetivos. Eu sempre dou muita importância para a família, estou sempre perto deles. Venho me preparando. Ultimamente minhas campanhas têm sido muito boas. Acredito que está chegando o momento de, de repente, passar para outro patamar, um Campeonato Brasileiro da Série B ou C. E, a partir daí, decolar como treinador. A minha experiência é boa, tenho conseguido fazer bons trabalhos, mostrando para o atleta que ele tem condição de desenvolver uma capacidade boa de jogo. Acredito que posso, logo, dar um salto na carreira.

Foto: Paulo Pires | GES

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